António Mexia garante que a EDP vai continuar a operar as três centrais elétricas a carvão no mercado ibérico – tem uma em Sines e duas nas Astúrias (Espanha) – “enquanto elas forem ‘cash positive’” e “libertarem o suficiente para pagar os custos de funcionamento”.
Argumentando que “tudo o que forem decisões extemporâneas, se não forem preparadas, têm custos”, o presidente da empresa elétrica frisa, numa entrevista ao Eco, que “o carvão está a sair [da produção de energia] não só por decisões políticas, mas porque o mercado está a dizer que ‘tu vais perder dinheiro’”.
Após ter anunciado, em dezembro, que os custos extraordinários com as centrais a carvão vão obrigar a imparidades de 300 milhões de euros, o líder da EDP diz que “se [considerasse] que as margens não estavam lá, até já [tinha] pedido para que Sines não operasse”, frisando que a unidade “ainda faz parte desta transição energética”.
Em 2019, a produção da EDP a partir de carvão caiu para metade. O encerramento da central a carvão portuguesa está agendada para 2023, com António Mexia a reforçar nesta entrevista que o fecho será mesmo antecipado “se não libertar cash”.
Foto: Luis Guerreiro