As mulheres trabalhadoras têm, em média, salários base 14,5% mais baixos do que os homens e as que têm qualificações mais altas ganham menos 26,1% que os seus colegas, refere um estudo da CGTP.
A diferença salarial é maior nas empresas privadas (22,5%), que nas empresas públicas (13%) e, de acordo com o estudo, as mulheres são muitas vezes penalizadas na atribuição de prémios devido às ausências ocorridas.
Na Administração Pública, a desigualdade verifica-se no acesso de mulheres a cargos dirigentes, sendo que elas apenas são 40% do total de dirigentes superiores, apesar de constituírem 59% dos trabalhadores do sector, o que depois se reflecte nos salários.
Para a diferença salarial existente entre mulheres e homens contribui também a precariedade laboral, dado que são as mulheres também as maiores vítimas desta situação.
O documento lembra que “mais de 32% dos trabalhadores por conta de outrem têm vínculos precários em Portugal no conjunto dos setores público e privado, afectando mais de 1.300 mil trabalhadores”.
Considerando só o sector privado, a precariedade ultrapassava os 36%.
O trabalho precário atinge sobretudo os mais jovens e as mulheres: 40% dos menores de 35 anos têm vínculos precários e mais de metade são mulheres.
“Além da insegurança laboral e de um mecanismo de chantagem, a precariedade é utilizada para pagar salários, em média, 30% mais baixos aos trabalhadores com vínculos precários, do que aos trabalhadores com vínculo efectivo”, diz a CGTP.