É um sinal claro do impacto do bloqueio imposto pela China no final do mês de janeiro devido à pandemia de covid-19. As exportações portuguesas para aquele país asiático tombaram 31% em fevereiro face ao mesmo mês do ano passado. O segundo mês do ano é, tradicionalmente, mais fraco, mas neste ano a quebra é substancial.
As autoridades chinesas começaram a fechar sucessivamente várias regiões do país a partir de 21 de janeiro, primeiro na cidade de Wuhan e depois noutras localidades da província de Hubei. Ou seja, o mês de fevereiro foi o primeiro em que as deslocações e as fábricas pararam na China; o bloqueio durou 77 dias.
O resultado foi uma quebra das compras ao exterior, incluindo, claro, a Portugal. Em fevereiro do ano passado as empresas nacionais venderam à China bens no valor de 45,1 milhões de euros. Neste ano foi pouco mais de 31,1 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O peso das vendas de Portugal à China representa cerca de 1% do total das exportações nacionais, sendo o 14º cliente das empresas portuguesas.
Já em termos de importações, a situação muda de figura: em 2019 Pequim figurava como o sexto fornecedor de mercadorias a Portugal com uma quota de quase 5% de todos os bens comprados ao exterior.
Os dados referentes a fevereiro deste ano mostram também uma queda das compras de Portugal à China. A descida é bem mais suave, de quase 7% face ao mesmo período de 2019.