Cerca de 13% das empresas nacionais já dispensaram trabalhadores (ou preveem vir a dispensar em breve) fruto do impacto económico da crise Covid-19. Esta é uma das conclusões de um relatório feito pela Associação Industrial Portuguesa (AIP), que nas últimas semanas fez uma sondagem a milhares de empresas que tem algumas semelhanças com o relatório semanal que o INE e o Banco de Portugal passaram a divulgar.
O relatório feito pela AIP partilha algumas das questões do relatório do INE/BdP mas tem algumas componentes de análise que não estão nesse relatório que o INE divulga às terças-feiras. Uma dessas componentes é essa: perguntar aos empresários se já despediram pessoas ou se acreditam ser provável que o façam nos próximos seis meses. Se 87% afastam, à partida, essa possibilidade, 13% reconhecem que isso já aconteceu ou que, provavelmente, irá acontecer.
“Os resultados do inquérito da AIP, que ocorreu uma semana depois, estão na linha com os do INE/BdP e evidenciam uma dinâmica de aceleração da crise”, afirma o organismo no relatório difundido pelas redações.
Tal como o relatório do INE/BdP, o trabalho da AIP revelou que 79% das empresas tiveram quebras na faturação: mais de metade das empresas (53%) teve quebras superiores a 20% e cerca de um terço (34%) teve uma quebra ainda maior, superior a 40%. O alojamento e restauração, como já se via no relatório do INE, é o mais fustigado.
A sondagem revela, também, que mais de três quartos das empresas defendem o regresso gradual à actividade (na produção, no consumo e na circulação de pessoas) entre o imediato e o início de maio. Só 24% defendem que é melhor esperar até que haja um “controlo total da epidemia“.