Os activistas ambientais ligados ao grupo Climáximo que participaram na passada sexta-feira na assembleia geral de accionistas da Galp Energia saíram da reunião virtual mais desapontados do que satisfeitos, criticando a empresa pela falta de respostas às suas perguntas. Recorde-se que o grupo Climáximo, através de uma iniciativa designada Galp Must Fall, conseguiu participar na assembleia geral da Galp através de quatro elementos seus que adquiriram uma ação cada um. Na verdade acabaram por ser apenas três, uma vez que um deles não foi autorizado a participar. “Como porta-voz desta iniciativa, não estava à espera de grande coisa, mas mesmo assim consegui sair desapontado”, comentou ao Expresso João Reis, um dos ativistas ligados ao grupo Climáximo. Segundo João Reis, houve várias perguntas colocadas por escrito pelos activistas que ficaram sem resposta, nomeadamente sobre alterações climáticas, sobre o impacto social e ambiental da exploração de gás natural em Moçambique e sobre os trabalhadores da refinaria da Galp em Sines. João Reis relatou ao Expresso que o presidente executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva, respondeu, ainda assim, a algumas das questões dos activistas, entre as quais a relativa à disparidade salarial entre os trabalhadores e os gestores da empresa. Gomes da Silva terá respondido, segundo João Reis, que “a remuneração é pública e está de acordo com os padrões internacionais”. O activista lamenta ainda que as alterações climáticas não tenham sido um tema da assembleia geral da petrolífera. Foi a primeira vez que o grupo Climáximo adquiriu acções de uma empresa para poder entrar numa assembleia geral de accionistas e ter o direito a colocar perguntas à administração da empresa.