Está em casa. O telemóvel apita. A notificação deixa um alerta preocupante e uma informação valiosa: nos últimos dias esteve em contacto com alguém que estava infectado com a Covid-19. A realidade pode muito bem ser esta já nas próximas semanas, assim que for lançada a aplicação nacional de rastreio da doença.
À imagem do que tem sido feito um pouco por todo o mundo, primeiro na Ásia e agora na Europa, Portugal vai também implementar um sistema de controlo e rastreio assente nos nossos smartphones. Anunciada na segunda-feira, 27 de abril, chama-se monitor4Covid19 e está a ser desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência.
No fundo, a aplicação vem procurar substituir o trabalho que até hoje é feito de forma manual, mas executando-o com uma maior eficácia — ou pelo menos é isso que se deseja. Sempre que alguém testa positivo, todas as pessoas com quem contactou têm que ser avisadas e eventualmente testadas. A app pretende tornar essa identificação mais eficaz.
Em traços gerais, o funcionamento destas aplicações é semelhante em todos os países. A tecnologia Bluetooth, presente em quase todos os smartphones, é usada para comunicar com aparelhos que se aproximem do seu, criando um registo anónimo de encontros. Dessa forma, quando o dono de um dos aparelhos ficar infetado, o sistema envia uma notificação a todos os que estiveram na sua proximidade.