O PCP vai desafiar o Governo do PS a alterar “normas gravosas” do Código do Trabalho e a dizer “se tem vontade política” para fazer um “aumento significativo do salário mínimo nacional”. O desafio será feito à ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, na interpelação do PCP ao Governo, na AR, centrada na “protecção, direitos e salários dos trabalhadores”, na actual conjuntura de pandemia de Covid-19 e de paragem da economia. Em declarações à Lusa, a deputada Diana Ferreira afirmou que “este é o momento” de “confrontar o governo com essa realidade” para dizer se “está disponível para revogar um conjunto de normas gravosas que persistem no Código do Trabalho e que retiram direitos aos trabalhadores e que agravam as suas condições de trabalho”. Diana Ferreira evitou fazer uma avaliação ou dar uma nota à resposta do actual Governo na resposta que deu aos problemas laborais e atirou com uma frase: “Não podem ser os trabalhadores mais uma vez a pagar a factura de toda esta situação, tem que haver disponibilidade e vontade política para garantir aos trabalhadores os direitos e os rendimentos que são fundamentais numa sociedade que se quer evoluída.” Olhando para os últimos t meses, desde o início da pandemia, a deputada critica os “atropelos laborais” sobre os trabalhadores por parte do patronato e avançou com alguns números. Desde março há mais “cerca de 100 mil novos desempregados inscritos, fora aqueles que não estão inscritos” e, até quarta-feira, há uma “média diária de inscrições, no mês de junho, era de 1.600 trabalhadores”, comparando com a média de maio que “andava à volta dos 1.400”. E quanto a despedimentos colectivos, Diana Ferreira estimou que, “só nos primeiros oito dias de junho”, tenha envolvido 617 trabalhadores.