Mais de metade (59%) dos portugueses fica com menos de 20% do rendimento após pagar as contas, na sequência da pandemia. A conclusão é do estudo da Intrum, realizado entre agosto e e outubro – realizado simultaneamente em 24 países na Europa, num total de 24 198 consumidores – e diz que se trata de um valor superior à média europeia, que ronda os 41%. De acordo com o barómetro “bem-estar financeiro Intrum”, na categoria “capacidade de pagar as contas”, Portugal está em 22.º lugar na lista de 24 países europeus, “posicionando-se assim entre os três últimos países da classificação”.

O documento refere também que os jovens adultos e os pais são os grupos etários que estão mais vulneráveis, “encontrando-se sob grande pressão”, acrescentando que “cerca de um terço dos europeus afirma que o seu rendimento diminuiu como resultado da covid-19 e 25% admite que possa vir a diminuir em breve”, sendo que, “em Portugal, 49% dos homens dizem que o seu rendimento diminuiu na sequência da pandemia, um valor substancialmente superior à média europeia, que é de 36%”.

Das medidas analisadas para responder à situação, em Portugal a mais mencionada pelos inquiridos foi o corte de gastos em bens não essenciais (62%), ligeiramente acima da média, que é 57%. “A preocupação com o futuro e o aumento do stress e ansiedade atinge cada vez mais os portugueses”, adianta o estudo, que salienta que “as faixas etárias dos 22 aos 37 anos (61%) e dos 45 aos 54 anos (63%) afirmam estar, neste momento, mais preocupadas com o seu bem-estar financeiro do que em qualquer outro momento da sua vida”.