
Na última semana de funcionamento da maior central a carvão do país, segundo avança a ECO/Capital Verde, osecretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, garante que “podemos fechar em segurança” a icónica central termoeléctrica da EDP em Sines. Mas deixa, ainda assim, uma ressalva: falta ainda uma peça importante do puzzle, que é a linha de alta-tensão da REN para sul. Esta linha deve estar pronta em 2022, para que as novas centrais solares, que já entraram ou que vão começar a entrar em funcionamento, se possam ligar à rede e a produzir electricidade de origem renovável.
“Claro que para termos as condições plenas de segurança é preciso a construção da linha de alta-tensão Ferreira do Alentejo-Tavira que estamos, juntamente com a REN, a assegurar que estará pronta em tempo devido. Mas estamos neste momento com a segurança suficiente para fechar Sines com os ganhos ambientais que daí advêm sem pôr em risco a estabilidade de rede e a segurança de abastecimento“, afirmou o governante.
O fecho da central de Sines chegou a estar previsto pelo Governo de António Costa apenas para 2023, uma vez que dependia da entrada em funcionamento das três barragens que a Iberdrola está a construir no Alto Tâmega e a construção de uma nova linha de eletricidade entre Ferreira do Alentejo e o Algarve, ambos os projectos ainda por concluir.
A Iberdrola garante que “o Sistema Eletroprodutor do Tâmega está a avançar conforme o previsto e os aproveitamentos hidroeléctricos de Gouvães e Daivões e estarão disponíveis para entrar em operação no final de 2021”, com uma potência de 880 MW e 118 MW, respectivamente.
“Temos trabalhado com a REN e com a ERSE nos últimos meses para assegurar que as condições que permitem o encerramento estão no terreno e temos já hoje essas garantias. Entre a mobilização de um conjunto de cogerações e de outras medidas mitigadoras de riscos, podemos encerrar Sines mantendo os padrões de risco a que estamos obrigados no sistema eléctrico nacional”, frisou Galamba, sublinhando que o Governo se viu confrontado com o pedido da EDP para encerrar a central, porque deixou de ser competitiva.
“O carvão, a partir do momento em que começou a deixar de ter as isenções fiscais que tinha, perdeu competitividade e saiu do mercado. Antes de autorizar o encerramento tivemos de verificar que era possível e que não punha em causa nem a segurança de abastecimento nem a estabilidade da rede”, rematou.