
Movimento por justiça climática celebrou o encerramento da central, mas não compactua com o despedimento de centenas de trabalhadores. “As crises não podem ser pagas pelos mesmos de sempre”, frisam os activistas, assinalando que “não há justiça climática sem justiça social”.
Em comunicado, a Greve Climática Estudantil (GCE) refere que “sempre viu no encerramento de todas as explorações fósseis um fim, de modo a responder à urgente transição energética que necessitamos. Reduzir as emissões carbónicas, proteger a biodiversidade e as comunidades locais – foram sempre estas as nossas grandes preocupações”.
“No entanto, não podemos compactuar com o que se passou de seguida”, realça o movimento. A GCE lembra que “centenas de trabalhadores indiretos, portanto, subcontratados, não têm qualquer perspectiva laboral”.
Ainda que o Ministério do Ambiente e Ação Climática tenha assegurado que existiriam planos de requalificação laboral, até agora, tanto o Instituto do Emprego e Formação Profissional [IEFP] como a Segurança Social, “dizem desconhecer qualquer acção nesse sentido”.
“Sempre defendemos que as crises não podem ser pagas pelos mesmos de sempre: quem já se encontra fragilizado, mediante o actual sistema sócio-económico. A crise climática trará à tona as mesmas desigualdades e só um plano social a poderá solucionar”, lê-se na missiva.
O movimento, que integra a plataforma Empregos para o Clima, defende “uma transição energética que seja justa, integrando e requalificando os trabalhadores noutros setores e criando milhares de empregos públicos”.
“Apoiamos e estamos solidários com o Sindicato independente das energias e Águas de Portugal (SIEAP) na defesa dos trabalhadores que se veem injustiçados. Voltaremos a sair às ruas para deixar bem evidente: não há justiça climática sem justiça social”, remata a GCE.