
Em 2020, o esforço do governo português com medidas orçamentais de resposta à pandemia direccionadas ao sector da Saúde é um dos mais elevados no grupo dos países grandes e desenvolvidos, cerca de 45, mostrou ontem o Fundo Monetário Internacional (FMI), na atualização do Monitor Orçamental, apresentado por Vítor Gaspar.
Já o esforço com medidas covid para sectores que não o da saúde compara bastante mal internacionalmente. Estes indicadores medem o esforço orçamental em cada uma das áreas em proporção do produto interno bruto (PIB).
Nas chamadas medidas “acima da linha” na área da saúde — como por exemplo, reforço de despesas (novas despesas) — Portugal aparece em 13º lugar no ranking de quase meia centena de países analisados pelo FMI. Dedicou quase 1,1% do PIB em medidas covid em 2020. A lista é liderada pelo Reino Unido, com 5,3%.
Fora do sector da saúde, como referido, Portugal compara mal: surge em 34º lugar, com o equivalente a 3,6% do PIB. É neste grupo que estão a despesa com lay-off, os apoios directos à actividade empresarial, etc. Este ranking é liderado pela região de Macau (que está integrada na China), com mais de 25%.
No indicador que mede o grau de receitas adiadas (por exemplo a suspensão temporária de obrigações fiscais, moratórias de rendas) e adiantamentos de despesas, Portugal surge na 6ª posição no mundo desenvolvido e dos grandes países. Este esforço rondou os 3,9% do PIB em 2020. A Dinamarca lidera com 7,7%.