
Segundo avança o Dinheiro Vivo, a última vez tinha sido a 21 de julho; hoje, 9 de agosto, repete-se: o preço da eletricidade no mercado grossista bate um novo recorde: 106,74 euros por megawatt/hora, superando assim os 106,57 euros MW/h de dia 21.
Os dados são doMIBEL, o Mercado Ibérico de Eletricidade, que ontem fixava os preços da eletricidade que entram hoje em vigor.
O preço que entra hoje em vigor triplica assim no mercado grossista face à segunda segunda-feira de agosto, quando estava nos 38,09 euros MW/h. Por períodos horários, o preço máximo será de 114,07 MW/h entre as 21:00 e as 22:00 e o mínimo entre as 16:00 e as 17:00 , quando será de 97,95 euros MW/h.
Como adiantava ontem o espanhol “Cinco Dias”, a semana arranca com um novo máximo histórico, depois dos primeiros dias de agosto, em que os preços se mantiveram nos 100 euros MW/h: apenas na sexta-feira dia 6 e aos fins de semana os preços da eletricidade foram mais baixos; fora isso, este mês a média de preços tem sido de 92,4 euros MW/h.
No mercado grossista, os produtores lançam as suas ofertas para o dia seguinte, fixando os preços para cada hora do dia.
A justificar a subida de preços está a pressão dos preços de gás nos mercados internacionais, mas também os preços dos direitos de emissões de CO2, tal como já tinha acontecido em julho. Uma tendência que a Associação de Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (ACEMEL) já admitia no último mês, quando Ricardo Nunes, presidente da ACEMEL, dizia ao DV que estes valores se iam “agravar mais ainda” nos próximos tempos. “À medida que, na Europa, vamos desenvolvendo cada vez políticas de transição mais potentes, sem que exista ainda suficiente penetração de energias renováveis, é natural que o preço continue a subir até que tenhamos condições técnicas para sermos abastecidos apenas por produção de tecnologia não poluente”, afirmava então.
Quanto à factura final dos consumidores, o Ministério do Ambiente explicava em jullho que a subida do preço da eletricidade no mercado grossista ibérico tem um “duplo efeito” no preço final pago pelas empresas e famílias: “por um lado agrava a componente de energia, mas, por outro lado, alivia a componente de acesso às redes”, a qual, relembra, representa cerca de 60% do preço final da eletricidade antes de impostos.