
Este fim de semana, a temperatura vai ultrapassar os 40.ºC em diversos distritos do país, sobretudo no interior Norte e Centro e no Alentejo. Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, alerta que há medicamentos que podem contribuir para uma menor tolerância ao calor e que quem tem problemas de coração sofre mais com as temperaturas elevadas.
“As pessoas mais velhas têm menor capacidade para suportar altas temperaturas. O coração está mais cansado, começa a trabalhar mais devido ao calor, porque pretende arrefecer o corpo, bombeia o sangue com mais força, tem taquicardia e isso contribui para um desequilíbrio do organismo nestas pessoas. O principal problema dos idosos em relação ao calor, o ponto mais débil, é o coração. Há também certos medicamentos que podem contribuir para suportar pior as temperaturas altas, como os diuréticos, porque desidratam a pessoa, ou os betabloqueadores, que são medicamentos muito usados na cardiologia”, explica.
Manuel Carrageta aponta alguns sinais de alerta a que os mais velhos devem estar atentos. “Se a pessoa se começa a sentir enjoada, cefaleias, com muita taquicardia, a transpirar muito, tonturas, são sinais de que está a suportar mal o calor.”
O presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia deixa alguns conselhos: “Nos períodos de calor, evitar esforços físicos; manter-se hidratado (as pessoas idosas perdem a noção de sede e devem beber pelo menos 1,5 L de água por dia), abrigar-se num ambiente mais fresco, se possível, usar pouca roupa e leve e de cor clara.”
O também presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria recomenda ainda aos mais velhos evitar ou reduzir o consumo de álcool e de cafeína.