
Portugal pode tornar-se uma porta de entrada estratégica para fortalecer a cadeia de abastecimento global de gás natural liquefeito (GNL) de Doha para a Europa, através do seu porto de águas profundas, de acordo com o Forum Portugal Qatar (FPQ), sediado em Lisboa, uma organização sem fins lucrativos para promover o comércio entre os dois países.
“O porto de águas profundas de Portugal (Sines), está pronto e tem capacidade para armazenar GNL, e o gasoduto para distribuição direta para a Europa Central”, disse Nuno Anahory, fundador e presidente da FPQ, que organizará a cimeira Qatar-Portugal Trade and Investments em outubro deste ano.
O Qatar entregou a sua primeira carga de GNL para Portugal em 2010. A carga, vendida no mercado spot, foi entregue à Galp Energia SGPS no terminal de GNL de Sines. “A FPQ espera colaborar com todas as entidades para promover os laços entre os dois países”.
A FPQ oferece assistência dedicada no fornecimento de contactos e apoio a missões comerciais, empresários importantes e outros que pretendam visitar o Qatar, e todas as entidades do Qatar que pretendam visitar Portugal, de forma a promover relações económicas conjuntas e proativas.
A associação estende o seu legado à comunidade lusófona de 280 milhões de habitantes, os países de língua portuguesa africana, onde tem parceria estratégica com conselhos empresariais com representação em cada país, disse.
O Qatar é observador associado da CPLP- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, entidade global composta por nove países Angola, Brasil, Portugal, Timor Leste, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e Moçambique.
“Isso reflecte o papel de desenvolvimento global do Catar e está dentro da estrutura da estratégia de cooperação internacional multilateral perseguida pelo Estado para cooperar para o desenvolvimento e aumentar o intercâmbio cultural com todos os países e pessoas”, disse Anahory.
As importações portuguesas do Qatar cresceram acentuadamente em 2018, de 155 milhões de euros em 2017 para 223 milhões de euros em 2018, devido à crescente relação comercial entre os dois países, que se acentuou com as importações de combustíveis minerais cuja quota das importações em 2018 foi de 199 milhões de euros.