
Segundo avança o Observador, a Galp afasta qualquer falta de gasóleo em Portugal e garante, numa resposta dada, que tem “capacidade para fornecer as necessidades de gasóleo do mercado nacional.”
O esclarecimento foi prestado depois de ter surgido um alerta por parte de um dos principais traders (intermediários financeiros) de produtos petrolíferos a admitir um cenário de racionamento de gasóleo por causa do efeito económico da guerra na Ucrânia e das sanções impostas à Rússia. A Rússia é o maior fornecedor de gasóleo à Europa, produto do qual o continente é historicamente deficitário.
Portugal deixou de importar gasóleo russo quando a Galp instalou uma unidade de hidrocracking na refinaria de Sines que teve como principal objectivo de aumentar a produção nacional de diesel. No entanto, continuou a comprar grandes quantidades de um produto intermédio, o VGO (gasóleo de vácuo) fundamental para a produção do gasóleo rodoviário. Logo após a invasão russa da Ucrânia, a empresa anunciou que iria deixar de comprar produtos petrolíferos à Rússia, referindo que este país era o maior exportador de VGO, para além de gasóleo. Questionada a Galp sobre fornecedores alternativos de VGO e sobre se suspensão das compras à Rússia, resultou na necessidade de importar diesel para abastecer o mercado nacional, mas deu recebeu respostas.
A empresa é a única refinadora em Portugal a partir de Sines. E apesar de eventuais dificuldades em obter o VGO de que necessita para utilizar o hydrocracker sem recorrer ao abastecimento russo, a refinaria de Sines pode produzir gasóleo sem este produto intermédio. E pode também importar de outras geografias, incluindo de Espanha. A Galp não explicita se o está a fazer, apesar de ter admitido que o fim das importações russas poderia ter impacto financeiro e operacional na refinaria.