
O Primeiro-Ministro considerou ontem que o acordo para Estados Unidos fornecerem à União Europeia (UE) mais 15 mil milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) dará ao Porto de Sines um “papel cada vez mais estratégico”. “Não tenho a menor das dúvidas de que este acordo com os Estados Unidos – quer para este ano, quer sobretudo aquilo que vai ser reforçado no próximo ano, quando vai preencher cerca de um terço do que são as quantidades de gás que a Europa atualmente está a importar da Rússia – vai permitir, seguramente, ao Porto de Sines ter um papel cada vez mais estratégico”, disse o chefe de Governo, António Costa. “Nesta fase, através de barco e, no futuro, graças às interconexões, utilizando os ‘pipelines’ que reforçarão a interconexão entre Portugal e Espanha e a partir de Espanha para a Europa”, acrescentou, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de um Conselho Europeu marcado por difíceis discussões na área da energia, dada a crise no setor que ficou acentuada com a guerra da Ucrânia.Neste dia também marcado pelo anúncio de que os Estados Unidos vão exportar mais 15 mil milhões de GNL para a UE, António Costa salientou que “o Porto de Sines está em concorrência com todos os outros portos” no espaço comunitário.“Felizmente, tem muitas vantagens competitivas relativamente aos outros portos, como da proximidade a muitos dos locais de origem, de ser o maior porto de águas profundas da costa atlântica, do preço do custo da operação e outra vantagem fundamental é a de não ter o congestionamento dos portos do norte da Europa – do mar do norte e dos bálticos”, elencou.
Por estas razões, o porto de Sines “poderia ser um local para o ‘trashipping’, para chegarem grandes navios petroleiros e poderem fazer a transferência para navios mais pequenos ou de médio porte e que têm maior facilidade para fazer essa distribuição”, adiantou.
Destacando que a posição geoestratégica de Portugal “valoriza muito [o país] relativamente a muitas das origens da produção de gás natural”, como os Estados Unidos, o primeiro-ministro defendeu a diversificação das fontes de abastecimento para, assim, resolver a dependência da UE face aos combustíveis fósseis da Rússia e garantir segurança energética. “A segurança energética é uma condição da própria segurança” da UE, concluiu.
Os Estados Unidos comprometeram-se a fornecer à União Europeia (UE) mais 15 mil milhões de metros cúbicos de GNL, anunciou ontem o Presidente norte-americano, Joe Biden, em Bruxelas.
Os 15 mil milhões de metros cúbicos de GNL suplementares serão fornecidos ainda este ano, comprometendo-se Biden a aumentar o fornecimento dos EUA “para 50 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente até 2030”, à medida que a dependência da UE da energia russa for sendo reduzida.