
O porto de Sines tem possibilidade de duplicar a capacidade de armazenamento de gás,com a construção de um novo terminal de gás natural liquefeito (GNL), num espaço de um ano e com um investimento que “não é significativo”, rondando as “dezenas de milhões de euros”. Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, o Presidente da APS, José Luís Cacho, revelou que se a Europa deixar de comprar gás à Rússia e começar a importar gás de outras geografias, nomeadamente dos Estados Unidos, Sines vai estar preparado para receber e armazenar esse gás. “Estamos a trabalhar a cerca de 70% a 80% da capacidade que temos. Temos capacidade para duplicar”, afirmou o responsável, adiantando que dos atuais três tanques se passaria para seis.O investimento só avança, contudo, se efetivamente houver interesse de ligar os pipelines da Península Ibérica à restante Europa e, consequentemente, com o aumento do abastecimento por via marítima, porque para o mercado nacional o país está servido, frisa o responsável.
“Há dois problemas. Actualmente, as infraestruturas que existem têm capacidade de injectar gás na rede ibérica para ir para França, mas é preciso fazer alguns investimentos. É preciso construir a ligação dos ‘pipelines’ de Espanha a França e alguns dos colectores de gás dos ‘pipelines’ teriam que ser redimensionados”, salienta ainda, admitindo que teriam também de ser feitos investimentos em Portugal e em Espanha. Sobre o prazo para a construção do gasoduto dos Pirenéus, José Luís Cacho considera que “talvez um ano seja tempo suficiente”. Esta alteração ao nível das importações europeias de gás, diz ainda o presidente da APS, vai produzir efeitos sobretudo na relevância estratégica do Porto de Sines e não tanto no crescimento do negócio.