
O Ministro do Ambiente e da Acção Climática afirma, em declarações ao jornal online ECO/Capital Verde, que se mantém a posição já defendida, de que Portugal não pretende voltar a recorrer ao carvão para a produção de eletricidade, numa altura em que a Alemanha anunciou que vai reactivar as suas centrais a carvão para fazer face às necessidades criadas pelas sanções russas ao país. “Não pretendemos reactivar as centrais a carvão que tantos, tantas vezes, insistem que consideremos. Os defensores de uma economia dependente e de uma descarbonização adiada nem pensam no preço absurdo que a eletricidade atingiria, tendo em conta os seus custos da produção, e também não consideraram a falta de segurança que representaria a dependência de um mercado, o do carvão, dominado pela Rússia”. Estas declarações, proferidas pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, no passado mês de abril, são reiteradas por fonte oficial do ministério no contexto actual, em que a Alemanha e a Áustria regressam ao carvão para a produção de eletricidade. Portugal não produz eletricidade a partir de carvão desde o final de novembro de 2021, quando se deu o encerramento da central termoelétrica do Pego, a última em actividade no país, depois de a central de Sines ter sido encerrada em janeiro do mesmo ano. Berlim anunciou este domingo que vai aprovar um conjunto de medidas para mitigar os efeitos negativos dos cortes ao fornecimento de gás que foram avançados pelo Kremlin. Uma dessas medidas é a reabertura das centrais a carvão paradas, de forma a garantir a geração de eletricidade. Nas contas do Executivo alemão, incluir o carvão no mix energético do país pode adicionar até 10 gigawatts de capacidade em caso de uma situação crítica no fornecimento de gás. Na Áustria, o chanceler anunciou que o Governo vai trabalhar com o grupo Verbund, o maior produtor de energia, para retomar a produção na central da cidade de Mellach, onde se situa a última unidade a carvão a operar na Áustria, desactivada em 2020.