
O histórico líder da luta pela independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Amílcar Cabral (1924 – 1973), foi homenageado pela primeira vez pela Academia cabo-verdiana com o grau de Doutor Honoris Causa, pelo seu espírito científico e liderança.
“Reconhece a nossa Academia que só um espírito científico associado a uma grande capacidade de liderança de político-social teria a força e a grandeza para propor tal salto civilizacional, naquela precisa janela temporal para esta parcela minúscula da humanidade”, afirmou o reitor da Universidade do Mindelo, Albertino Lopes da Graça.
Na cerimónia, à qual assistiram os chefes de Estado de Cabo Verde e de Portugal, José Maria Neves e Marcelo Rebelo de Sousa, inseriu-se igualmente no 20.º aniversário da Universidade do Mindelo e antecede os 50 anos da morte de Amílcar Cabral (2023) e o centenário do seu nascimento (2024).
Sobre o pensamento que defendeu, de independência das duas colónias, o reitor recordou que “nunca ninguém antes dele tinha ousado propor tal tese”: “Apontar o caminho da independência naquela altura era temeridade. Só um espírito amadurecido pela análise histórica, política, económica e social, tanto a nível mundial e regional, e absolutamente convencido do poder transformador do homem sobre as adversidades podia ousar propor tal solução”.
A Universidade do Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente, atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa a Amílcar Cabral, líder histórico da luta pela independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau, cerimónia que reuniu ainda antigos combatentes cabo-verdianos e intervenções do presidente da Fundação Amílcar Cabral, o ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires, e a filha do líder histórico, Iva Cabral.