
Portugal precisa «de um eixo atlântico para desenvolver a economia do mar», afirmou o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, na terceira sessão dos Diálogos de Sustentabilidade «A Economia Azul», organizado pela Global Media Group e a Fundação Inatel, em Setúbal.
«Vou dar só uma ideia dos projectos que em 2022 conseguimos atrair: conseguimos 47 novos projectos internacionais – cerca de 2,4 mil milhões de euros quando forem contratualizados – 19% dos quais vieram dos Estados Unidos, 15% vieram da Suíça e 15% do Reino Unido», disse lamentando a fraca participação dos países da União Europeia apesar do investimento da Alemanha, que foi de cerca de 13%.
O Ministro disse que «Portugal, enquanto está dentro da União Europeia e se bate pelas suas políticas, não pode esquecer o eixo Atlântico e a ligação profunda com o Reino Unido e com os Estados Unidos, até para desenvolver a própria economia do mar», acrescentando que «isso é fazível e vai acontecer com maior ou menor dificuldade».
António Costa Silva afirmou que «se, daqui a dois anos, puder chegar aqui e dizer que o nosso grande centro de bioeconomia azul em Matosinhos está a funcionar, que já teve receitas – não ainda os quatro mil milhões de euros que pode ter potencial para atingir, ou até mais, mas 500 ou 1000 milhões de euros –, seria extraordinário». «Se daqui a dois anos puder chegar aqui e dizer que o grande projecto eólico offshore já tem duas instalações, que estão em processo de desenvolver a sua produção e tem mais outras em desenvolvimento, seria extraordinário», disse ainda «Se daqui a dois anos puder dizer que alguns investimentos que estão previstos para o grande polígono de Sines, que são de cerca de 20 mil milhões de euros, já estão executados, e, sobretudo, que a parte do hidrogénio verde, da amónia, do metanol e da constituição de um polo de shipping em Sines, será decisivo», acrescentou.