
A inflação tem vindo a “comer” poder de compra de grande parte das famílias portuguesas. Num país em que mais de metade da população ganha menos de mil euros é fácil perceber que quem vive nessa faixa, tem a vida mais difícil, sem esquecer a classe média, que padece igualmente de dificuldades.
A vida torna-se cada vez mais injusta. 2022 tinha tudo para ser um bom ano após uma pandemia incapacitante. Mas a guerra, as sanções que se seguiram, o clima económico degradado, tudo isso é uma fonte permanente de inflação.
Entre pagar o valor de uma inflação galopante e um bónus anti-crise, as empresas preferem a segunda opção. Um bónus pago de forma única ao invés do preço da inflação, que o INE decretou que em 2023, seria na ordem dos 7,8%, o que não se via há muitas décadas.
Poucas são as empresas que o fazem. Mas seria de elementar justiça que o fizessem, até para um sentido ético para com os seus trabalhadores. Muitos trabalhadores encontram-se actualmente nessa luta. E o que reinvidicam, nem chega para colmatar parte da perda do poder de compra que tiveram.
Esse sentimento de vazio e de desvalorização já existia, mas tem sido expandido derivado da pandemia e das injustiças sociais.
Por isso as lutas sucedem-se. Enfermeiros, médicos, polícia, professores… todos à espera de um sinal de mudança que não surge.
Qual será o momento em que o país muda?
Um bónus é uma ajuda, mas a dado momento o aumento salarial terá de ser definitivo, pois a inflação não volta atrás e o principal aumento foi nos bens de primeira necessidade!