
5.382 milhões de euros. Este é o investimento total previsto para o hidrogénio verde na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), de acordo com Filipe Costa, CEO da Aicep Global Parques. Aqui não estão contabilizados parques solares, eólicos, subestações elétricas ou os projectos de indústria descarbonizada que em parte vão usar esse hidrogénio.
Na ex-central termoelétrica de Sines da EDP Produção, a EDP, Galp, Engie, Bondalti, Martifer, Vestas, McPhy e Efacec são algumas das entidades que sustentam o GreenH2Atlantic, um dos maiores projectos em Sines. Terá uma capacidade de 100 megawatts (MW), um investimento superior a 150 milhões de euros e entrará em operação no final de 2025. De acordo com a Galp, este projecto está em “fase avançada de estudos de engenharia”. A petrolífera sublinha que “um eletrolisador verde de 100 MW é um gigaprojecto a nível europeu – o maior actualmente em funcionamento é de 20 MW”.
A Galp tem um interesse duplo no desenvolvimento da indústria do hidrogénio: por um lado, quer descarbonizar os próprios activos industriais, como a Refinaria de Sines, na qual usa hoje em dia o hidrogénio cinzento (fóssil) para a produção de combustíveis convencionais. Substituí-lo por hidrogénio verde reduziria “significativamente” as emissões de CO2 associadas à refinaria e reforçaria “a sustentabilidade e competitividade deste complexo energético”, afirma a empresa ao Capital Verde.
Em paralelo, pretende apoiar a transição energética dos respectivos clientes. Para já, tem um projecto-piloto, com um electrolisador de 2 MW, que deverá iniciar a produção no início de 2024. Ainda em fase de decisão está o investimento no primeiro electrolisador de 100 MW do projecto industrial. Depende do quadro regulamentar em Portugal e na Europa.
Existem outros dois projectos que já têm terrenos contratados com a ZILS. A empresa canadiana Neogreen Hydrogen tem um contrato de reserva do direito de superfície para um terreno de 10,5 hectares, com o objectivo de começar a produzir hidrogénio verde em 2026, num investimento que começa nos mil milhões de euros e pode triplicar, noticiou o Expresso. Já a Madoqua Renewables associou-se à holandesa Power 2X e à dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners para estudar a instalação em Sines de um projecto de hidrogénio verde, para produzir anualmente 50 mil toneladas deste gás. O chamado MadoquaPower2X H2 prevê um investimento de 400 milhões numa capacidade de eletrólise de 500 MW.
Além destes, há outros quatro potenciais projectos de produção de H2 verde em perspectiva. O H2Sines. RDAM, o KEME Energy, um da Fusion Fuel e finalmente da WinPower, aponta ainda o CEO da Aicep Global Parques.Por entre estas instalações, a REN está a criar infraestrutura no âmbito do projecto H2GBackBone, “que conectará os produtores de H2 verde com consumidores e com dois pontos de injecção no gasoduto Sines – Setúbal”, indica Filipe Costa.