
“A Galp está a ser taxada a 64% em Portugal”.
Segundo o Jornal de Notícias, foi com esta afirmação que o CEO da Galp alertou na passada sexta-feira, numa chamada com analistas após a apresentação de resultados do primeiro trimestre, para o facto de os projectos que a petrolífera está a desenvolver em Sines – de produção de hidrogénio verde e combustíveis sustentáveis, poderem estar em risco devido à carga fiscal no país.
“Em relação aos projectos de Sines estamos prontos a avançar, temos as pessoas, os fornecedores, temos os projectos praticamente todos delineados. São projectos importantes, de centenas de milhões de euros por cada projec⁰to, que podem estar em risco. Há questões regulatórias a ter em conta e o regime fiscal tem de ser clarificado com as autoridades portuguesas. Os projetos não avançam com este nível de impostos. Precisamos de ter um ambiente que seja propício a estas grandes decisões”, disse Filipe Silva quando questionado sobre o peso dos impostos nas contas da empresa.
Em relação a Sines, os dois projectos que podem estar em risco de não avançar, no valor de 486 milhões de euros dizem respeito à produção de hidrogénio verde e combustíveis renováveis. Ambos estão neste momento em consulta pública, com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a avaliar os respetivos Estudo de Impacte Ambiental.
O projecto HVO@Galp será desenvolvido na própria refinaria de Sines e tem como objectivo produzir biocombustíveis avançados para a aviação e transportes rodoviários. Neste projecto a Galp planeia investir 269 milhões de euros. Por seu lado o GalpH2Park diz respeito à produção e armazenagem de hidrogénio verde (100 MW), com um investimento de 217 milhões de euros.