
Segundo avança o Jornal de Negócios, de um total de 10.384 GWh de GNL descarregados até fim de março no terminal da REN, em Sines, quase 2.000 GWh vieram da Rússia, apesar das sanções impostas pela União Europeia à importação de gás russo.
De acordo com os dados mais recentes da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), no primeiro trimestre de 2023 o Terminal de Gás natural Liquefeito (GNL) de Sines foi a principal infraestrutura de entrada de gás natural no país: cerca de 11,4 TWh e 87% das importações e injeções na rede nacional de transporte de gás, operada pela REN – Redes Energéticas Nacionais.
Em três meses foram realizadas 11 operações de descarga de navios metaneiros, com destaque para os Estados Unidos (53%, 6 navios metaneiros), Nigéria (37%, 4 navios) e Rússia (10%, 1 navio). De um total de 10.384 GWh de GNL que chegaram a Sines, quase 2.000 GWh vieram da Rússia, apesar das sanções impostas pela União Europeia à importação de gás russo.
Em termos de consumo total de gás em Portugal, este caiu quase 20% no primeiro trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano passado, sobretudo graças à forte queda na utilização desta fonte de energia fóssil para a produção de eletricidade no país. Entre janeiro e março o país consumiu 12,4 TWh de gás natural, abaixo dos 15,5 TWh registados em 2022.
“Este decréscimo do consumo de gás é especialmente visível nas centrais a gás para a produção de energia elétrica, cujo consumo foi cerca de 4,3 TWh no primeiro trimestre de 2023, correspondendo a uma redução de 39,4% face ao período homólogo de 2022”, refere a ERSE no seu boletim. O regulador explica que nos primeiros meses deste ano “a redução do consumo das centrais a gás está associada à elevada produção de energia renovável (eólica, solar ehídrica): mais 57% em 2023 face a 2022”. Neste período, a produção de energia renovável abasteceu cerca de 73% do consumo nacional.